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A Saúde no Distrito de Portalegre
Com as medidas que o Ministro Paulo Macedo aplicou, uma das grandes conquistas do 25 de Abril - o Serviço Nacional de Saúde que permitiu catapultar o nosso país para a primeira divisão mundial dos cuidados de saúde - encontra-se em processo de desmantelamento, asfixiado entre os interesses privados da saúde e uma ideologia neoliberal dominante interessada em fazer desaparecer qualquer resquício de conquistas sociais.
Passados 35 anos da criação do SNS, o PCP tem o dever de liderar a discussão sobre que SNS queremos ter e como o mantermos financeiramente sustentável e saudável, a ponto de ser capaz de se renovar, desenvolver e melhorar.
O PCP através da posição conjunta com o PS permitiu uma mudança de política que não respondendo à ruptura com a politica de direita e a concretização de uma politica patriotica e de esquerda, inverteu tendências e rumos que desde há muito tinham sido assumidos pelos governos PSD/CDS, mas também por governos PS.
Pois na Saúde, nem no que aos médicos, enfermeiros e restantes técnicos que no SNS trabalham diz respeito, nem no que aos próprios utentes concerne, essa inversão ainda não se sente nem se perspectiva.
A Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA), estrutura que gere os dois hospitais e os 16 Centros de Saúde do distrito de Portalegre tem um Conselho de Administração, nomeado pelo anterior Governo PSD/CDS mas que persiste em funções, apesar do mau ambiente e assumida contestação interna que sofre, fruto do desinvestimento em recursos humanos e da cada vez maior incapacidade de resposta às necessidades da população do Distrito de Portalegre, foi e é o responsável por uma sangria de médicos, enfermeiros e assistentes operacionais fazendo com que nos encontremos com níveis abaixo dos mínimos exigidos.
Consequentemente, as nossas listas de espera cirúrgicas disparam e os nossos doentes vão engrossar os serviços de saúde privados, localizados longe da sua área de residência; são forçados a recorrer aos serviços de urgência hospitalares onde os esperam várias horas de espera, porque os centros de saúde foram esvaziados de recursos humanos e de competências; e até os blocos operatórios funcionam hoje a 50% da sua capacidade, e com graves limitações de pessoal, tornando impossível a resposta atempada a várias patologias, nomedamente no âmbito da Ortopedia.
Perante todos estes factos que o PCP já denunciou publicamente, resultado de políticas retrógradas e anti-sociais, apoiadas numa ARS também ela nomeada pelo governo PSD/CDS mas que também continua em funções, urge uma mudança de políticas e consequentemente, de personagens.
Não é possivel ao PCP o apoio a estas administrações que executam diametralmente opostas a tudo o que acreditamos.
Como tal, o PCP deverá ter a capacidade de discutir profundamente o SNS e a organização dos cuidados de saúde no território nacional e, posteriormente, patrocionar, no actual contexto politico, uma séria e fundamentada ponderação para combater as posições neoliberais com que somos intoxicados diariamente.